“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”– I Coríntios 2.14
Olá, graça e paz.
A um certo tempo postei aqui dois textos sobre interpretação bíblica e hoje, gostaria de avançar um pouco neste tema.
Interpretar corretamente as escrituras Sagradas é vital se você deseja viver uma vida plena com Deus e desenvolver a vontade dele sobre a terra.
Veja, um ser soberano como o nosso Deus, não vai negociar sua autoridade, sua vontade e seus princípios. Qualquer escolha de Deus diferente da sua própria vontade seria um erro, pois a vontade de Deus é perfeita. E Deus é perfeito e não vai errar, por mais que nos ame e deseje, ardentemente, nos abençoar, essas bençãos chegarão a nós dentro dos parâmetros e das leis de Deus.
Deus nunca vai quebrar seus princípios, por isso, por exemplo, não existe outra forma do homem alcançar algo de Deus que não seja pela fé (Tiago 1.6-7). Nós é que devemos nos alinhar aos seus princípios para então desfrutarmos das graciosas e maravilhosas bençãos do nosso Deus.
Uma discussão que existe dentro do assunto da interpretação bíblica (chamado de Hermenêutica) é se é possível alguém que não é nascido de novo, mas que tem suas faculdades cognitivas desenvolvidas e usa as ferramentas corretas, pode chegar a plena compreensão das escrituras.
O que aparentemente pode nos levar a uma resposta lógica e positiva, esbarra violentamente contra a lei revelada pelo apóstolo Paulo na passagem acima citada. O homem natural, não nascido de novo, não pode compreender as coisas do Espírito. E a Palavra de Deus é Espírito e Vida como nos disse o Senhor Jesus (João 6.63).
Ele precisa ser nascido de novo para compreender corretamente as escrituras. É claro que não basta ser nascido de novo, também é necessário uma série de outros princípios de interpretação, mas todos são secundários e dependentes deste primeiro. Sem a nova natureza divina o homem não pode chegar a conclusão plena desejada por Deus no texto bíblico.
Alguém pode perguntar; “mas então como alguém chegará a nascer de novo, visto que a fé para tal coisa vem por ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17). E o incrédulo quando recebe essa fé (para o novo nascimento) ainda não tem a natureza divina, que será recebida nesse momento?”.
Aí é que entra a operação do Espírito Santo de Deus, provando que o novo nascimento não é da carne ou da vontade dos homens (João 1.13; 3.5-6), mas obra da graça de Deus, pois o Espírito é aquele que convence (João 16.7-8). É claro que existe uma atitude positiva e ativa do que recebe, mas mediante o convencimento do Espírito Santo.
Além disso, não estamos falando aqui de conhecimento apenas para ser salvo, mas do conhecimento integral da Palavra de Deus. Afinal de contas, por mais maravilhoso que seja nascer de novo, isso é o início da vida cristã, não o final, a porta de entrada, não o pacote todo.
Não! O incrédulo nunca chegará a revelação das escrituras até que entenda a necessidade de receber a Cristo como seu Senhor e salvador. Só então a Palavra de Deus vai se descortinar diante de seus olhos (se ele se expor a ela, logicamente) e transformará toda a sua existência.
Acredito que esse entendimento explica o que Jesus disse, quando discorria a respeito de João Batista, onde afirmou que o menor no reino dos céus é maior do que os nascidos naturalmente (Mateus 11.11). Pois a nova natureza de Deus em nós faz toda diferença, nos dá uma nova percepção da realidade, nos traz uma informação por dentro, que de outra forma não teríamos acesso.
Isso, obviamente, não anula a necessidade da renovação da mente (Romanos 12.2) e do uso extensivo desta. Do estudo sistemático, diligente e dedicado, pelo contrário, a nova realidade potencializa e torna eficaz essas práticas, que de outra forma redundariam em vãs filosofias.
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