Por muitos anos cristãos subjugados pelo legalismo dogmático
da Igreja e ministros ignorantes quanto à preocupação de Deus com a saúde de
seu povo, foram vítimas de doenças psicossomáticas (enfermidades emocionais que
afetam o corpo) e hipocinéticas (enfermidades físicas ou emocionais por falta
de atividade física). Isto devido ao fato da demonização generalizada por parte
dos cristãos, atribuindo ao esporte e outras práticas saudáveis de atividade
física, um caráter “mundano” quando não “diabólico”. O resultado disso:
cristãos, sacerdotes e pregadores morrendo precocemente sob a justificativa da
“vontade” soberana de Deus. Não, Deus não deseja, absolutamente, que morramos
com boa expectativa cronológica de vida, ao contrário, Ele deseja que cada ser
humano na Terra viva abundantemente e com saúde. Jesus disse: “...eu vim para
que tenham vida e a tenham com abundância.” (João 10:10), e inspirado pelo
Espírito de Deus, João expressou em seu desejo, o desejo de Deus: “Amado,
desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai
a tua alma.” (III João 2). Você não acredita que a vida abundante de que Deus
falou diz respeito somente à vida espiritual (zoe) não é? O Criador atribui
grande valor à vida biológica (bios), e espera que nós cuidemos como bons
mordomos, do templo do Espírito Santo, que é o corpo, que, aliás, não pertence
a nós. “Ou não sabeis que nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita
em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” (I Coríntios 6:19-20). Não se glorifica a
Deus com um corpo doente por negligência. Como expressa o tema dessa postagem,
Deus é responsável pela cura, não por nossa saúde, disso Ele nos incumbiu.
Este zelo pelo corpo se dá de pelo menos três formas: (1)
Santificação; (2) Alimentação correta; e (3) Atividade física. Através da
santificação zelamos pela pureza de nosso corpo, para que o Deus Puro possa nos
habitar de fato, assim, Deus deseja que nosso corpo se abstenha de qualquer
tipo de mácula espiritual (I Coríntios 6:15-18). Além disso, Deus estabeleceu
no Antigo Testamento, regulamentos quanto a alimentação de seu povo (Êxodo
12:15; Levítico 7:26), o que os mesmos confundiram com meras leis cerimoniais.
Deus não proíbe alimentos de maneira legalista (Colossense 2:16), Ele somente
espera que nos alimentemos de forma prudente para suprir nosso corpo sem
danificá-lo.
O apóstolo Paulo como bom judeu, porém, criado sob a
influência da cultura grega de Tarso e com sua cidadania romana por parte de
pai, embora teologicamente educado pelo rabino Gamaliel (Atos 22:3), certamente
esteve exposto ao ambiente desportivo vigente em sua época desde sua infância
(alguns historiadores afirmam que Saulo praticou corrida e luta greco-romana).
E mesmo depois de sua dramática conversão, Paulo ainda revelava em seus
escritos seu apreço pelos esportes, utilizando-os como ilustrações da vida
cristã. Acerca da dedicação à carreira cristã e ao ministério no Reino de Deus
Paulo ilustra a medalha de ouro de um MARATONISTA: “Não sabeis vós que os que
correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi
de tal maneira que o alcanceis.” (I Coríntios 9:24). Paulo também ilustra o
treinamento e a abstinência de um LUTADOR: “E todo aquele que luta de tudo se
abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa...” (I Coríntios 9:25).
Vamos analisar um texto paulino erroneamente utilizado pelos
religiosos opositores da prática esportiva:
“Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a
piedade para tudo é proveitosa...” (I Timóteo 4:8a)
Não podemos relativizar ou tornar legalista o real conceito
de piedade, pois a verdadeira natureza da piedade está intrínseca em um
espírito recriado e uma mente regenerada. É possível ser piedoso em qualquer
âmbito da vivência humana, mesmo no esporte, isto, condicionado à moral de Deus
(o conceito de moralidade divina é absoluto, e está, aí sim, expresso nos
princípios legais do decálogo, os dez mandamentos Êxodo 20:1-17). Além disso,
Paulo, embora não endosse, ele não diz que o exercício físico não tem “nenhum
proveito”, mas que “para pouco aproveita”, e este “pouco” proveito inclui
certamente a saúde do corpo, que é a vontade de Deus para todos nós.
Como responsáveis por nossa saúde devemos nos abster sim, de
qualquer tipo de sedentarismo ou glutonaria. Tão danoso quanto ver um homem
maculado por uma vida imoral, é ver um homem gordo, não por questões genéticas
ou emocionais, mas por alimentação imprópria e falta de atividade física. Isto
sim é pecado.
A voz da cura clama a todo homem: Zelem pelo templo de Deus,
seus corpos, e quando mesmo assim, enfermidades os atacarem, certamente eu os
curarei.
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